Exposição Virtual
Joana D'arc Branco – Meu corpo gordo
MEU CORPO GORDO
Na sociedade de medidas exatas,
Meu corpo gordo grita sua singularidade.
Onde os números infinitos viraram tamanhos únicos,
Meu corpo gordo inventa seu próprio padrão.
Na beleza é ditada e atrelada a corpos magros
Meu corpo gordo se olha no espelho e se aprecia.
No ser feminino em manequins minimalistas
Meu corpo gordo se faz fêmeo no seu máximo.
Nos espaços que não me cabem sentada
E todos fingem não me ver e se calam
Meu corpo gordo permanece em pé
Em balbúrdia da sua existência.
Para aqueles que inventaram os tamanhos,
Os espaços, as regras, o preconceito e o ódio.
Meu corpo gordo continuará aqui
Dizendo a todos que existe, que se ama e que se basta.
A parte da toalha que não envolve meu corpo
É a mesma que venda e cega a sociedade,
Que tenta me colocar dentro da caixinha de padrões
Mas, meu corpo gordo persiste em exuberar suas curvas.
Sou gorda,
Existo
O que te resta
É superar!
Joana D’arc da Cruz Santos Branco